PORTUGAL! (NO FIM DA EXPO/98)

Chegou ao fim a EXPO'98. Pelo calendário, foram apenas 132 dias de festa. Para nós, Portugueses, é um marco na história da segunda metade do nosso século XX.

Um marco que se caracteriza, em primeiro lugar, pela demonstração plena da nossa capacidade de fazer uma exposição com esta dimensão e com esta importância.

Em segundo lugar, um marco porque não só fomos capazes de fazer, como o fizemos bem: a nível da organização, da logística, da arquitectura, da animação cultural, dos espectáculos e da qualidade excepcional dos pavilhões temáticos, por exemplo.

Em terceiro lugar, um marco porque nos sentimos verdadeiramente orgulhosos da obra realizada (apesar das vozes de alguns «velhos do Restelo»). A exposição esteve, de facto, muitos furos acima do que estamos habituados a ver em Portugal.

Em conclusão, um marco porque poderemos falar da época «antes da Expo'98» e «depois da Expo'98». Até agora pensávamos que não sabíamos ou, pior ainda, que não queríamos. A partir de agora, sabemos que somos capazes. Ganhámos uma batalha e ficámos com vontade e orgulho suficientes para ganhar a guerra da modernidade.
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PS: Infelizmente, numa iniciativa em que demonstrámos tanta capacidade e competência, um aspecto falhou rotundamente: a maior parte dos «souvenirs» à venda nas lojas da Expo'98 ostentavam uma etiqueta em que se lia «Made in China». Não foi possível encontrar uma empresa portuguesa capaz de produzir em quantidade e a preços competitivos bonecos, porta-chaves, isqueiros e esferográficas? Parece-me lamentável.