Estamos a viver uma época muito especial: o Natal. Trata-se de uma época do ano a que (quase) ninguém consegue ficar indiferente. Todos os anos, por esta altura, multiplicam-se os gestos de solidariedade.
Um pouco por todo o lado, surgem entidades ou pessoas preocupadas com a solidariedade para com os mais desfavorecidos, os doentes, as crianças, os pobres, entre outros.
Muitas desta iniciativas solidárias são genuínas e bem intencionadas. Muitas pessoas são envolvidas nestes projectos. Por isso, esta crónica pode ser mal entendida. Mas como não tenho a ambição de ser politicamente correcto, acabei por decidir escrevê-la.
Francamente, o que a mim me revolta são as acções isoladas realizadas (apenas) por ser Natal. Porque, por exemplo, estas campanhas para que os «pobrezinhos» possam ter, também, uma ceia de Natal são, no mínimo, hipócritas.
Porquê? Porque até parece que se esquecem que durante os outros 364 dias do ano, eles não comem nem bebem...
Deixem-se de atitudes isoladas e sem sentido. Se querem ser realmente solidários, ajudem as pessoas e as organizações que, durante todo o ano e ao longo de vários anos, têm trabalhado arduamente para que os efeitos das mais diversas formas de exclusão social sejam atenuados.
E, já agora, sejam também solidários sempre. Porque as pessoas precisam de comer todos os dias, precisam de roupa para vestir todos os dias, precisam das mais variadas formas de apoio todos os dias.
Felizmente, a lista de organizações que trabalham diariamente para o bem estar dos mais desfavorecidos é extensa. Vamos ajudá-las! Agora que é Natal, mas também nos outros meses do ano. Você vive todos os dias. Os que precisam de si também.